28/02/2002




Conversa com o Tempo

Pedi ao tempo que voltasse para trás. Ele respondeu-me que não podia, que no leito da vida não havia tempo para voltar para trás. Tinha de seguir de em frente como os rios, por caminhos por vezes sinuosos. Mas não podia voltar para trás ,como as águas do rio tinha que correr sem parar .Ele disse-me que a única diferença que existia entre ele e os rios é que estes correm para o mar e ele não sabe onde a sua corrida vai parar. Só sabe que não pode voltar para trás, que não pode parar. Disse-me que tal como os rios não me podia devolver o que me tinha tirado pelo caminho. Mas, que eu se eu o acompanhasse teria sempre comigo as minhas recordações e sonhos de outrora. Disse-me também que se eu o acompanhasse me traria novos sonhos , novas oportunidades. Eu respondi-lhe que ia tentar, mas que por vezes ele corria depressa demais e eu perdia-lhe rumo. Ele respondeu- me que não , que nunca andava nem mais depressa, nem mais devagar, que caminhava sempre com a mesma passada. Pois se não podia parar, não podia avançar , nem se podia atrasar na sua caminhada. Disse-me que eu não me apercebia, mas que eu é que não tinha vontade de o acompanhar nessas alturas e por isso lhe perdia o rumo. Fiquei pensativa e concordei com ele em tudo. Sim o tempo já tinha levado com ele , muitas coisas que me pertenciam . Momentos que eu daria tudo para viver de novo, pessoas que não voltei a encontrar, sonhos que não consegui realizar. Também tinha levado consigo os maus momentos. De facto ele deixara-me apenas as recordações e as frustrações, em que por vezes ficava tão embrenhada que me esquecia, que o tempo não parava e não o conseguia acompanhar. Mas o tempo não parou . Não parou e trouxe novos momentos de felicidade que eu tento agarrar, para que eles não se percam na correnteza do tempo, no leito da vida. Trouxe-me novas perspectivas de vida , novos motivos para ser feliz e sonhar, novas oportunidades, novos sonhos por concretizar. Ele disse-me que não era ele que nos dava ou retirava nada. Éramos nós que sabíamos ou não acompanhar a sua caminhada retirando o que de bom o tempo trazia com ele e deixando escapar na sua correnteza alguns sonhos, alguns momentos felizes e alguma tristeza. Então eu percebi ,que quanto melhor eu o pudesse acompanhar, melhor aprenderia a aproveitar o melhor que o tempo trazia ao de cimo do leito da vida. Aprenderia guardar o não queria que ele levasse na sua corrida e a deixar escapar na sua correnteza as tristezas da vida. Foi quando lhe ia perguntar para onde ele seguia agora e vi que ele já tinha passado e eu tinha que viver intensamente para o conseguir acompanhar .

27/02/2002

Hoje tive uma óptima surpresa, a Marina, descobriu o meu blog quando eu linkei o dela. Que bom assim já tenho uma visitante. Ah! Cuidado Marina sabe que abriu a "Caixinha de Pandora"? No próximo post eu aviso dos perigos! Um beijão grande para si Marina.

25/02/2002

Nostalgia

Não sei porquê essa nostalgia. Mais engraçado ainda a sensação de ter saudades de algo que não sei bem o quê. Insatisfação? Cansaço? Marasmo? Monotonia?
Juro que não sei! Talvez saudades da madrugada branca, dos dias de sol quente. Saudades do mar, do sol a acariciar descarada e carinhosamente o meu corpo. Saudades de me refugiar na areia quente e nas ondas suaves do mar de verão. Saudades de sentir a brisa do mar me afagar. Não sei porquê esse desejo súbito de mar. De ver gaivotas a voar. De ver o sol a mergulhar. Acho que foi o fim de Domingo que trouxe essa nostalgia no ar. Talvez seja por amanhã ter de acordar e ir trabalhar, sem ver o mar e as gaivotas a voar e nem sequer ter a certeza de que o sol vai brilhar.
Acho mesmo que é nostalgia de verão.

24/02/2002


Se eu fosse um animal...

Se eu fosse um animal queria ser um golfinho. Porquê um golfinho? Porque os golfinhos são animais muito bonito e inteligentes. Se eu fosse um lindo golfinho cinzento, podia explorar o fundo dos misteriosos oceanos. Conheceria milhares de lugares diferentes, sem ter que pagar passagem , nem levar bagagem. Pois acho que ainda ninguém viu nenhum golfinho viajar de malas no dorso. A única coisa que os golfinhos levam atrás de si é a sua grande família. Viajam em grupos para não se perderem um dos outros, pois os Oceanos são enormes .Como seria bom ser golfinho. Viajaria pelos cinco Oceanos e pelos sete mares. Cantaria canções de golfinhos numa língua que só os golfinhos sabem falar. Salvaria os marinheiros das tempestades e indicar-lhes-ia uma caminho seguro para chegarem a sua casa. Como seria bom brincar na água , dar pulos enormes e cambalhotas no mar. Passear nas profundezas dos oceanos, apreciar os lindos corais, sem nunca me perder. Pois os golfinhos nascem com uma espécie de radar que lhes permite não se perderem com muita facilidade e poderem fugir a tempo das correntes enganadoras. Afastaria também os malvados tubarões ,dos nadadores mais incautos. Só por alguns dias gostaria de ir fazer espectáculos com acrobacias para os meninos verem , baterem muitas palmas e virem falar e nadar comigo. Eu contar-lhes-ia as minhas aventuras no fundo mar. Talvez eles não percebessem o que lhes estava a contar , mas iam perceber que estava a falar com eles e gostava dos meninos. Depois ao fim de algum tempo quando começasse a sentir saudades da minha casa que é o Oceano sem fim, eu partiria em busca de mares desconhecidos e aventuras coloridas.

23/02/2002

Aqui está um recanto de Boa leitura não deixe de visitar!

21/02/2002

Hoje apetece-me registar um pequeno tributo às avós: As avós são imortais. Elas vivem para sempre nos nossos corações; nas nossas recordações, nas nossas palavras.Elas nunca morrem, partem para um sítio onde nos podem vigiar melhor e permanecem invisíveis zelando por nós. Eu sei.Eu sinto a minha.

19/02/2002

Para quem gosta de histórias e contos, vale a pena espreitar e descobrir porque é que o amor e a loucura andam a par . SAPO - Portugal Online!

11/02/2002

Um novo ano

Um novo começo .Uma nova página virada no livro da vida. Um novo amanhecer coroado de esperança. Um capítulo em branco com trezentas e sessenta e cinco páginas por preencher. E sem saber ,somos os personagens principais desse livro e talvez por isso queremos que o final seja feliz. Amanhecemos apenas com uma certeza, a de que o nos planeta completou mais uma volta em torno do rei sol. Esperamos que o sol nos sorria, que o novo ano nos sorria. Um novo ano, uma nova oportunidade .Tempo de reflexão. Tempo de olharmos para nós próprios e pensarmos como podemos ser pessoas melhores e fazer com que o mundo à nossa volta se torne melhor para todos. Tempo para tentarmos cumprir os sonhos que ficaram por realizar e cumprir projectos que ficaram por terminar. Tempo de escrever as páginas da nossa vida que ainda não foram escritas. Tempo de visitar o amigo, que estamos há anos por visitar, de ler o livro que sempre quisemos ler e ficou esquecido na prateleira, de provar o prato especial que ainda não provámos, de fazer a viagem que sempre adiámos, de escrever o livro que ainda não escrevemos. Tempo de dizer obrigada, amo-te , adoro-te, gosto de ti, tens valor, aprecio-te, admiro-te! Sim é tempo de dizermos o que sentimos. De ajudarmos quem precisa. De tentarmos fazer aquilo que ainda não conseguimos, de lutarmos pelos nossos ideais. Antes que seja tarde demais. Antes que não voltemos a amanhecer num novo ano. Antes que não tenhamos uma nova oportunidade de escrevermos, o melhor capítulo. Façamos de um novo ano , o livro mais bonito da nossa vida, onde todos os personagens têm direito a finais felizes.
OBSESSÃO

Ela odiava perder. Ficava de mau humor, impossível de se aturar quando perdia fosse o que fosse. Deixara de jogar, pois assim se não ganhava, também não perdia. Catalogava religiosamente todas as suas coisa e onde ficavam, pois não podia perder tempo a procurá-las. Não usava as jóias que tinha, pois corria o risco de as perder. Evitava os comboios, os autocarros e os aviões pois se não chegasse horas poderia perdê-los. Quando tinha que utilizar estes transportes chegava sempre com horas de antecedência. Como não gostava de perder nada, e muito menos tempo, ela levava a agenda pessoal para anotar tudo o que precisava de fazer para nada perder. Tinha sempre muita calma, pois se não a tivesse corria o risco de perder a paciência. Muitas pessoas se indagavam, se ela não gostaria um dia de ter o prazer de ganhar um jogo, fosse ele qual fosse Dama, Xadrez, Gamão, ou até a Raspadinha que sorteavam na televisão? Quando a confrontavam, directamente com a questão, ela apenas respondia: - Vocês não estão a perceber, o que interessa não é ganhar, mas sim não perder. Praticava ginástica e fazia dieta porque não queria perder a forma. Ia com frequência ao médico, a consultas de rotina porque não queria perder a saúde. Comprava todos os cremes de dia e de noite, para ter a certeza que não perdia a sua beleza. No trabalho falava apenas o essencial, para não perder o seu o ar profissional. Não se apaixonava. No amor não arriscava, pois este era um jogo, assim, não perdia nem ganhava. Era esta a sua forma de viver. Arte no seu dizer. Foi assim que viveu alguns anos, até que um dia, de surpresa, recebeu a notícia que a sua mãe falecera. Ela perdera ! Ela perdera a pessoa mais importante da sua vida e nada pudera fazer. Nesse dia percebeu o verdadeiro significado da palavra PERDER. Só assim ela percebeu, que quando temos que perder, perdemos mesmo. Ela tudo fizera para não perder. Percebeu então que já tinha perdido, sem se aperceber: tinha perdido tempo a tentar não perder! Mas há coisas na vida que nada podemos fazer. Talvez por vezes seja bom perder. Perder tempo! Perder tempo a amar, a abraçar, a sorrir, a escrever; a perder jóias para depois as procurar, a conversar, a arrumar, a ajudar os outros, a correr atrás do autocarro, do comboio, do avião, do Coração. Perder tempo mesmo que de fugida a correr atrás dos sonhos, atrás da aventura que é a vida!
Sorriso bonito
Interesse verdadeiro pelos outros
Maneiras delicadas
Paixão pela vida
Alegria, , compreensão
Tolerância, amor
Intenso pelo que nos rodeia
Abraçar o mundo sorrindo
Ainda estou a aprender a trabalhar com o meu blog,mas logo , logo vou enchê-lo de letras e letrinhas.

08/02/2002

Cartas de amor inocentes,pedidos de desculpa, pedidos de conselhos,desabafos.São as composições dos meus alunos, que me fazem rir e chorar ao mesmo tempo. Cópias com letras, bonitas redondinhas coloridas.Desenhos ilustrando as páginas.Sem saberem ,são pequenos retalhos das suas infâncias que compartilham comigo! Meu Deus como é grande a minha responsabilidade! Meu Deus que vontade de voltar a ser criança e fazer cópias com letras bonitas e coloridas.Ser movida pelo sonhos e esperanças coloridas de criança! Acho que por um momento só vou voltar a ser criança. Acho que vou fazer uma cópia com letras redondas e coloridas....