11/07/2008

Nos reino de Morpheu II Capítulo (1.ª parte)

Conforme o segui, vi uma mulher bela, que irradiava uma aura de luz junto de si. Por momentos temi:

-É a tua esposa?

De novo aquele riso que, me enchia alma ecoou no ar:

- É a minha irmã Fantasia. Nem sempre ela é tão bela. Por vezes assume formas estranhas de acordo os vossos pensamentos.

-Nossos?

-Sim de acordo com o que vós mortais desejais ver ou pensais que existe. Ela costuma-me ajudar a cumprir os vossos desejos de sonhos.

-Isto é tão belo. Tão sereno…-respondi-lhe

Morpheu, sem nunca largar a minha mão, perguntou-me:

- Tens medo de partir? - Quis fitá-lo, não consegui. A sua beleza ofuscava-me a vista – continuou:

- Ou tens de medo ficar? - E nesse instante envolveu-me nos seus braços pela cintura. As ideias atropelavam-se na minha mente. Aquilo só podia ser um sonho ou um pesadelo, mas era tão real. Morpheu lançou uma gargalhada sonora e disse:

- Claro que estás sonhar. Afinal, encontras-te refugiada no meu reino. Só que este sonho foste que tu escolheste e não eu. - Sorriu. Eu fiquei ainda mais baralhada e assustada por sentir tão grande fascínio perante ele. Então perguntei-lhe:

- Quer dizer que a qualquer momento acordo e tudo isto se desvanece?

Morpheu sorriu enigmático e respondeu:

- Não, exactamente...

Fiquei à espera do resto da resposta, mas ele limitou-se a sorrir e disse

- Segue-me sem medo, sairás do meu reino quando tu quiseres, mas isso é mais complicado do que possas imaginar. Lembra-te que não és minha prisioneira e sim de Cronos. Eu limitei-me aceder ao teu pedido de auxílio. Agora vou mostrar-te o meu reino.

A esta altura já tinha percebido que só falava porque queria, pois Morpheu lia-me os pensamentos. Mas eu sentia-me segura ao ouvir a sua voz. Nisto sorriu e olhou-me de novo:

-Sim. Leio os pensamentos. Só dessa forma posso enviar os sonhos que os humanos pretenderem. Mas, só consigo fazer isso, àqueles que acreditam nos sonhos. Caso contrário o meu irmão Icelus pode interferir.

-Aquele que nos traz os pesadelos?

-Sim. vejo que nos conheces. Porque me pediste auxílio? Icelus importunou-te?

-Por vezes importuna. Não foi por isso. Nem sei porque foi. Nem sei como o fiz. Estudo a vossa História.

O sorriso de Morpheu mais uma vez lhe emoldurou o rosto:

- Estudam aquilo que nós pretendemos que vós humanos acreditassem

. -Como assim? Não és Morpheu?

- Sim. Mas nem tudo acontece como está descrito nos livros. Supostamente eu viveria deitado em uma cama de ébano, dentro de uma caverna escura cercado de papoilas. Não é?

-Não me recordo.

-É natural. Estamos a passear junto ao rio Letes. É melhor afastarmo-nos.

-Rio Letes?

-Sim o rio do esquecimento. O qual atravessarás quando quiseres partir do meu reino.

Conforme nos afastámos, um jovem tão belo como Morpheu passou ao longe a correr e acenou.

-É outro dos teus irmãos?

-Não, é o meu pai Hipnos. - Disse sem sorrir. Vi o brilho afastar-se dos olhos de Morpheu.

Nunca pensara que Hipnos fosse tão belo, além de que o supunha no seu eterno sono. Mas pareceu-me que a minha admiração pela beleza de Hipnos causara alguma apreensão em Morpheu, pois este que, até aí se mantera afastado, voltou a envolver-me com o seu braço na minha cintura, como se quisesse que eu permanecesse junto dele. (continua)

4 comentários:

Carla disse...

Acredita...estou a gostar imenso...fico à espera...

Bjs e bom fim de semana

sonia disse...

Bom a novela tà a ser fantàstica...o gajo jà tà com ciumes de ela poder vir a gostar mais do pai que dele...hm!!
lol

Sara V. disse...

Minha amiga, a beleza da escrita permanece mas o interesse aumenta.
Gosto dos pormenores lendários/históricos. Enriquecem o texto por demais!
Por acaso, imagino-os (a Hipnos e Morpheu) belos, bem desenhados, atléticos e de cabelo ondulado... Acho que ando a ver muitas estátuas:)
Bjs

Anónimo disse...

Olha que eu já não resisto a ler mais um capitulo....bjs